RESUMEN
Este é um estudo transversal avaliando estado nutricional e insegurança alimentar em uma comunidade vulnerável de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Um total de 273 indivíduos de 67 famílias foram avaliados. Para a avaliação antropométrica, determinou-se o peso, a estatura, o índice de massa corporal, a circunferência da cintura e a razão cintura-estatura. A insegurança alimentar foi analisada por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. As concentrações de colesterol total, triglicerídeos, glicose e albumina sérica também foram determinadas. Das 67 famílias avaliadas, 51% (n = 34) apresentaram insegurança alimentar, sendo 79,4% leve, 17,7% moderada e 2,9% grave. Em crianças e adolescentes, sobrepeso e obesidade foram diagnosticados em 9,3% (n = 4) e 19,5% (n=16), respectivamente. Entre os adultos, 34,1% (n = 42) foram classificados com sobrepeso, 27,6% (n = 34) com obesidade grau I e 59,3% (n = 73) apresentaram risco aumentado de doenças cardiovasculares. Nos idosos, o excesso de peso foi diagnosticado em 44,0% (n = 11) e 80,0% (n = 20) apresentaram risco aumentado para doenças cardiovasculares. Hiperglicemia, hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia foram diagnosticadas em 17, 45 e 72% da população, respectivamente. Houve correlação positiva entre os parâmetros antropométricos e bioquímicos, com exceção da albumina e glicose, que apresentaram correlação negativa em crianças e adultos. Nosso estudo confirma o impacto da vulnerabilidade social na ocorrência de elevadas proporções de insegurança alimentar, ocasionando alta prevalência de sobrepeso e obesidade e risco aumentado para desordens cardiovasculares. Além disso, nossos achados endossam o uso de concentrações séricas de albumina como indicador de alterações no metabolismo da glicose.
This is a cross-sectional study evaluating nutritional status and food insecurity in a vulnerable community in Contagem, in the metropolitan region of Belo Horizonte. A total of 273 individuals from 67 families were evaluated. For the anthropometric assessment, weight, height, body mass index, waist circumference, and waist-to-height ratio were determined. Food insecurity was analyzed using the Brazilian Food Insecurity Scale. Total cholesterol, triglycerides, glucose, and serum albumin concentrations were also determined. Of the 67 families evaluated, 51% (n = 34) had food insecurity, of which 79.4% were mild, 17.7% were moderate, and 2.9% were severe. In children and adolescents, overweight and obesity were diagnosed in 9.3% (n = 4) and 19.5% (n = 16), respectively. Among adults, 34.1% (n = 42) were classified as overweight, 27.6% (n = 34) had grade I obesity, and 59.3% (n = 73) had an increased risk of cardiovascular disease. In the elderly, overweight was diagnosed in 44.0% (n = 11), and 80.0% (n = 20) had an increased risk for cardiovascular diseases. Hyperglycemia, hypercholesterolemia, and hypertriglyceridemia were diagnosed in 17, 45, and 72% of the population, respectively. There was a positive correlation between anthropometric and biochemical parameters, with the exception of albumin and glucose, which showed a negative correlation in children and adults. Our study confirms the impact of social vulnerability on the occurrence of high proportions of food insecurity, leading to a high prevalence of overweight and obesity and an increased risk for cardiovascular disorders. Furthermore, our findings support the use of serum albumin concentrations as an indicator of changes in glucose metabolism.