RESUMEN
Resumo Objetivo avaliar o tempo de atuação de médicos e enfermeiros na Atenção Primária à Saúde (APS) e qualidade das ações desenvolvidas para controle do câncer cervicouterino (CC). Métodos estudo transversal, conduzido de janeiro a março de 2019 em região de saúde compreendida em 19 municípios localizada no estado da Bahia, Brasil. A amostra foi de 241 médicos e enfermeiros da APS. Utilizou-se a linha de cuidado do CC como condição traçadora. Elegeram-se o desfecho tempo de atuação na APS no mesmo município, categorizado em < 2 anos e ≥ 2 anos, e indicadores representativos da qualidade da APS. Os testes χ2 de Pearson e exato de Fisher foram empregados. Resultados a prevalência de tempo de atuação na APS foi 43,57% (IC95%: 37,40%; 49,94%) para < 2 anos e 56,43% (IC95%: 50,06%; 62,60%) para ≥ 2 anos. Observaram-se maiores prevalências, com diferença estatística significativa, dos indicadores de qualidade para o maior tempo de atuação. Conclusões e implicações para a prática a rotatividade profissional parece afetar o cuidado longitudinal de mulheres na linha de cuidado eleita. Sugere-se a ampliação do número e do papel dos enfermeiros, especialmente nos serviços de APS, para maior resolutividade e eficiência do sistema de saúde.
Resumen Objetivo evaluar el tiempo de actuación de médicos y enfermeros en la Atención Primaria de Salud (APS) y la calidad de las acciones desarrolladas para el control del cáncer cérvicouterino (CC). Métodos estudio transversal realizado de enero a marzo de 2019, en una región sanitaria que comprende 19 municipios en el estado de Bahía, Brasil. La muestra fue de 241 médicos y enfermeros de APS. La línea de cuidados de CC fue la condición trazadora. Se eligió el resultado tiempo trabajando en APS en el mismo municipio, categorizado en < 2 años y ≥ 2 años e indicadores representativos de calidad de APS. Se utilizaron pruebas exactas de chi-cuadrado de Pearson y Fisher. Resultados la prevalencia del tiempo de actuación en APS fue del 43,57% (IC95%: 37,40%; 49,94%) para < 2 años y del 56,43% (IC95%: 50,06%; 62,60%) para ≥ 2 años, considerado incipiente. Se observó una mayor prevalencia, con diferencia estadísticamente significativa, de los indicadores de calidad para un mayor tiempo de actuación. Conclusiones e implicaciones para la práctica la rotación de profesionales parece afectar la atención longitudinal de las mujeres en la línea de cuidado elegida. Se sugiere la ampliación del número y el papel de enfermería, especialmente en los servicios de APS, para una mayor resolutividad y eficiencia del sistema sanitario.
Abstract Objective to assess the working length of physicians and nurses in Primary Health Care (PHC) and the quality of actions taken to control cervical cancer (CC). Methods this is a cross-sectional study, conducted from January to March 2019, in a health region comprised of 19 municipalities located in the state of Bahia, Brazil. The sample consisted of 241 PHC physicians and nurses. The CC care line was used as a tracer condition. The outcome experience length in PHC in the same municipality was chosen, categorized as < 2 years and ≥ 2 years and representative indicators of PHC quality. Pearson's χ2 and Fisher's exact tests were used. Results the prevalence of length of experience in PHC was 43.57% (95%CI: 37.40%; 49.94%) for < 2 years, and 56.43% (95%CI: 50.06%; 62.60%) for ≥ 2 years. There was a higher prevalence, with a statistically significant difference, of the quality indicators for the longest working length. Conclusions and implications for practice professional turnover seems to affect the longitudinal care of women in the chosen care line. It is suggested to expand the number and role of nurses, especially in PHC services, for greater resolution and efficiency of the health system.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Adulto , Atención Primaria de Salud , Calidad de la Atención de Salud/estadística & datos numéricos , Evaluación en Salud/estadística & datos numéricos , Neoplasias del Cuello Uterino/prevención & control , Personal de Salud , Tamizaje Masivo , Estudios Transversales , Prueba de PapanicolaouRESUMEN
Analisa-se a articulação entre Atenção Primária à Saúde (APS) e os diferentes pontos de atenção para controle do câncer do colo do útero (CCU). Trata-se de estudo qualitativo, com dados produzidos em dez grupos focais (70 participantes - enfermeiros e agentes comunitários em saúde) e 12 entrevistas semiestruturadas (seis gestores e seis ginecologistas). Os resultados foram agrupados em três eixos: detecção precoce e controle do CCU na APS; acesso à confirmação diagnóstica; e acesso ao tratamento do CCU e ao transporte sanitário. Os resultados indicam problemas desde o rastreamento (falhas na coleta do Papanicolaou e/ou na leitura das lâminas no laboratório, baixo envolvimento de médicos da APS, ausência de coordenação do cuidado entre níveis) até o tratamento do CCU (barreiras de acesso aos serviços especializados, fragmentação entre os serviços, atraso no tratamento). Entre os achados animadores, destacam-se a prática clínica e o vínculo do enfermeiro com as mulheres durante exame de Papanicolaou e a alta cobertura do exame na APS. Como recomendações apontam-se realização permanente de educação em serviço para ampliar a prática clínica do/a enfermeiro/a e maior envolvimento de médicos, bem como estreitar as relações entre especialistas e profissionais da APS para viabilizar a coordenação do cuidado.
The article analyzes the articulation between Primary Health Care (PHC) and the different points of care for cervical cancer (CC) control. It is a qualitative study, with data originated in 10 focus groups (70 participants - nurses and community health agents) and 12 semi-structured interviews (6 managers and 6 gynecologists). The results were grouped into three axes: Early detection and control of CC in PHC; Access to diagnostic confirmation; and Access to CC treatment and health transportation. Results showed problems ranging from screening (failures in Pap smear collection and/or in reading slides in the laboratory, low involvement of PHC physicians, lack of coordination of care between levels) to the treatment of CC (barriers to access to specialized services, fragmentation between services, delay in treatment). Encouraging findings include the clinical practice and the nurses' bond with women during the Pap exam as well as high coverage of the exam in PHC. Main recommendations include permanent in-service education to expand nurses' clinical practice and greater involvement of physicians, as well as closer relations between specialists and PHC professionals to enable care coordination.
Se analiza la articulación entre la Atención Primaria de Salud (APS) y los diferentes puntos de atención para controlar el cáncer de cuello uterino (CCU). Se trata de un estudio cualitativo con datos de diez grupos focales (setenta participantes —enfermeras y agentes comunitarios— y doce entrevistas semiestructuradas a seis gestores y seis ginecólogos). Los resultados se agruparon en tres ejes: 1) detección precoz y control de CCU en la APS; 2) acceso a la confirmación diagnóstica, y 3) acceso al tratamiento del CCU y transporte sanitario e indicaron problemas que van desde el rastreo (fallos en la recolección del Papanicolaou o en la lectura de láminas en el laboratorio, poco involucramiento de los médicos de la APS, falta de coordinación entre niveles) hasta el tratamiento del CCU (barreras para el acceso a los servicios especializados, fragmentación entre servicios, retrasos en el tratamiento). Como resultados alentadores se destacaron la práctica clínica y el vínculo del personal de enfermería con las mujeres durante el Papanicolaou y la alta cobertura del examen en la APS. Como recomendaciones, se debe garantizar la formación permanente en servicio para ampliar la práctica clínica del personal de enfermería y aumentar la participación de médicos, así como una relación más estrecha entre especialistas y profesionales de la APS que permita la coordinación de los cuidados.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Terapéutica , Enfermedades del Cuello del Útero , Neoplasias del Cuello Uterino , Salud de la Mujer , Preceptoría , Atención Primaria de Salud , Neoplasias Uterinas , Tamizaje Masivo , Diagnóstico , Prevención de Enfermedades , Detección Precoz del Cáncer , Prueba de PapanicolaouRESUMEN
Resumo Neste artigo propomos uma reflexão acerca das transformações operadas na proteção social brasileira, em que pesem avanços e desafios da interlocução do Programa Bolsa Família com a saúde. Para tal, explora-se a dimensão simbólica dos discursos de beneficiários e gestores do Programa Bolsa Família, além de trabalhadores da atenção primária. O artigo tem como base um estudo de caso de abordagem qualitativa desenvolvido em um município da região sudoeste da Bahia, em 2015, por meio de 26 entrevistas e três grupos focais (29 participantes). As falas materializam avanços do Programa Bolsa Família no enfrentamento da pobreza, sobretudo em situações de penúria material, além de efeitos no reconhecimento social e na dignidade de mulheres beneficiárias. Constataram-se limites em aprimorar a dimensão estruturante do programa via sua interlocução com o setor saúde. Estigmas e incompreensões ligados ao Programa Bolsa Família permeiam as relações entre beneficiários e trabalhadores da atenção primária à saúde. Tais questões limitam a assunção de vulnerabilidades vividas cotidianamente pelas famílias do Programa Bolsa Família como determinantes do processo de trabalho na atenção primária à saúde, ainda restrito ao acompanhamento de condicionalidades da saúde.
Abstract In this article we propose a reflection regarding the transformations that occurred in Brazilian social protection, in spite of the advances and challenges of the dialogue between health and the Family Support Grant Program. In order to do so, we explored the symbolic dimension of the discourses of the beneficiaries and managers of the Family Support Grant Program, as well as of the primary health care workers. The article is based on a case study with a qualitative approach conducted in a municipality in the Southwestern region of the state of Bahia, Brazil, in 2015, through 26 interviews and three focus groups (29 participants). The statements described the advances of the Family Support Grant Program in fighting poverty, especially in situations of material poverty, as well as the effects on social recognition and dignity of the female beneficiaries. We verified limits to improve the structuring dimension of the program via its dialogue with the health sector. Stigmas and incomprehension connected to the Family Support Grant Program permeate the relationships between beneficiaries and primary health care workers. These issues hinder the acceptance of the vulnerabilities experienced on a daily basis by the families of the Family Support Grant Program as determinants of the work process in primary health care, which is still restricted to the follow-up of health conditionalities.
Resumen En este artículo proponemos una reflexión sobre las transformaciones operadas en la protección social brasileña, a pesar de los progresos y retos de la interlocución del Programa de Subvención a la Familia con la salud. Para eso, se explora la dimensión simbólica de los discursos de los beneficiarios y gestores del Programa de Subvención a la Familia, y la de los trabajadores de la atención primaria. El artículo está basado en un estudio de caso de abordaje cualitativo desarrollado en un municipio de la región Suroeste del estado de Bahía, Brasil, en 2015, por medio de 26 entrevistas y tres grupos focales (29 participantes). Las declaraciones materializan los progresos del Programa de Subvención a la Familia en la lucha contra la pobreza, sobretodo en situaciones de penuria material, más allá de los efectos en el reconocimiento social y en la dignidad de las mujeres beneficiarias. Se constataron límites para mejorar la dimensión estructurante del programa por medio de su interlocución con el sector de salud. Estigmas e incomprensiones relacionadas al Programa de Subvención a la Familia permean las relaciones entre beneficiarios y trabajadores de la atención primaria de salud. Esas cuestiones limitan la asunción de las vulnerabilidades vividas cotidianamente por las familias del Programa de Subvención a la Familia como determinantes del proceso de trabajo en la atención primaria de salud, aún restringido al seguimiento de condicionalidades de la salud.