RESUMEN
Analisar os resultados obtidos com o implante de bioprótese porcina em posiçao aórtica, comparando dois grupos de pacientes operados consecutivamente em um mesmo período: Grupo 1 (G1): pacientes com válvula aórtica sem suporte ("stentless"); Grupo 2 (G2): pacientes com válvula convencional com suporte ("standart"). Casuística e Métodos: No período de janeiro de 1990 a dezembro de 1996, foram realizadas, no Biocor Instituto, 752 operaçoes de troca valvar aórtica, cujos prontuários foram analisados retrospectivamente. Foram levantados dados relacionados às características clínicas dos dois grupos, assim como resultados relacionados à operaçao: número das próteses implantadas, tempo de circulaçao extracorpórea (CEC) e pinçamento aórtico (PINC), permanência em Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e hospitalar, morbidade e mortalidade pós-operatória. Os ecocardiogramas dos pacientes em acompanhamento ambulatorial foram analisados e os seguintes dados obtidos: área válvular efetiva, índice de área válvular efetiva, gradiante transvalvular médio e grau de insuficiência válvular. Resultados: foram realizadas 169 operaçoes no G1 e 583 operaçoes no G2. As características clínicas dos dois grupos foram semelhantes, com exceçao da idade (38,0 + 17,5 vs 46,0 + 19,0 anos) (p<0,05) e de um número proporcionalmente maior de endocardite, primária e prostética, e de retrocas valvares no G1 (p<0,02). Quanto aos dados per e pós-operatórios, mais de 70 por cento dos pacientes nos dois grupos receberam próteses de números 19 a 25, sendo o critério para escolha da prótese a medida do anel valvar. Os tempos de CEC (99,9 + 28,8 vs 86,3 + 31,0 minutos) e de PINC (80,9 + 25,2 vs 65,0 +24,4 minutos) foram significativamente diferentes (p<0,0001). No entretanto, os tempos de permanência hospitalar e em CTI, assim como a morbimortalidade hospitalar foram semelhantes. Com relaçao ao acompanhamento ecocardiográfico, a área valvular efetiva (1,94 + 0,31 vs 1,48 + 0,33 cm2) (p<0,000001), assim como o índice de área valvular efetiva (1,15 + 0,23 vs 0,89 + 0,06 cm2/m2) (p<0,000001), foram significativamente maiores no G1, o que resultou em menores gradientes transvalvulares médios (8,3 + 4,9 vs 13,2 + 4,6 mmHg) (p<0,000001). Os índices de insuficiência valvular foram discretos e sem diferenças significativas entre os dois grupos. Conclusao: As válvulas aórticas compostas porcinas "stentless" quando comparadas às biopróteses convencionais com suporte apresentaram melhor desempenho...
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Adulto , Persona de Mediana Edad , Válvula Aórtica , Bioprótesis , Prótesis Valvulares Cardíacas , Estudios RetrospectivosRESUMEN
O presente trabalho visa apresentar os resultado obtidos a médio prazo com o uso de prótese valvar aórtica porcina sem suporte "Stentless" Biocor. De maio de 1990 a dezembro de 1993, 120 pacientes foram submetidos à troca de valva aórtica usando-se a prótese "Stentless", no Biocor Instituto de Belo Horizonte, Brasil. A idade dos pacientes variou de 11 a 76 anos (média: 36 anos), sendo 85 com menos de 40 anos. O sexo predominante foi o masculino com 69 por cento dos casos. A seqüela da cardite reumática foi a etiologia mais freqüente (64 casos), seguida da disfunçao da prótese aórtica (20), estenose aórtica congênita (11), endocardite em prótese aórtica (10), endocardite em valva aórtica (6), degeneraçao mixomatosa (5) e calcificaçao senil (4 casos). A técnica cirúrgica incluiu o uso de circulaçao extracorpórea com hipotermia moderada, cardioplegia cristalóide e aortotomia transversa dirigida para o seio da Valsalva nao coronariano. A bioprótese foi implantada usando-se sutura contínua, interrompida, ou uma combinaçao das duas. A aortomia foi ampliada com retalho de pericárdio bovino em 47 pacientes e outros procedimentos associados forma empregados em 30 casos. A mortalidade hospitalar foi de 5 por cento. Quatorze (11,6 por cento) pacientes apresentaram complicaçoes pós-operatórias, a maioria sem maiores problemas. No entanto, 5 (4,1 por cento) pacientes, operados no inicio da experiência, tiveram de ser submetidos a implante de marcapasso definitivo. Ocorreram seis óbitos tardio, todos nao relacionados à bioprótese. Foram necessários quatro reoperaçoes tardias, duas para correçao de deiscência da sutura inferior e duas devido a endocardite bioprótese implantada. Estudos ecocardiográficos seriados realizados ao longo do seguimento tardio mostram funçao adequada com gradientes desprezíveis em todos os pacientes. A bioprótese encontra-se suficiente em 95,3 por cento dos casos e nos demais, pequenos jatos de regurgitaçao sem significado hemodinâmico podem ser detectados. Concluímos que, a médio prazo, a bioprótese aórtica sem suporte, Biocor apresentou ótimos resultados clínicos e excelente desempenho hemodinâmico. Um seguimento mais longo ainda é necessário.