RESUMEN
Introdução: A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) apresenta-se como uma das afecções crônicas mais importan»tes na prática médica, devido à alta morbidade e ao prejuízo na qualidade de vida dos pacientes. Embora seja estabelecida a importância do diagnóstico endoscópico de esofagite na DRGE, o papel do exame anatomopatológico, isolado ou associado a outros métodos, ainda nâo é bem definido, assim como a cor-relação entre eles. Objetivo: O objetivo do presente estudo éavaliar a concordância entre a sintomatologia, achados endos-cópicos e microscópicos da DRGE. Métodos: A amostra foi com»posta por 93 indivíduos, portadores ou não de DRGE, com indi»cação para realização de endoscopia digestiva alta (EDA), na cidade de Barbacena, no período de fevereiro a dezembro de 2006. Foi aplicado a esses pacientes um questionário padroni»zado e estruturado a fim de obter as informações clínicas e epi»demiológicas e registrar os achados da endoscopia digestiva alta e da análise anatomopatológica da biópsia do esôfago. Resul»tados: Do total de 93 pacientes, a biópsia foi realizada em 66 (70,96%). Nos demais, 27 (29,04%), não foi possível obter ma»terial para esse tipo de exame. Na comparação entre a sinto»matologia e os achados endoscópicos e entre a sintomatologia e os achados microscópicos, o teste de concordância aplicado demonstra baixa correlação entre esses métodos (kappa = 0,22 e 0,25, respectivamente). Entretanto, os resultados apontam forte concordância entre o exame endoscópico e o anato mopa»tológico (p < 0,001; kappa = 0,69). Conclusão: A forte concor»dância entre esses dois métodos sugere que a análise microscó»pica não mostra vantagem diagnóstica na DRGE nos casos de esofagite identificada à EDA.