RESUMEN
Os autores apresentam sua experiência no tratamento do abscesso piogênico do fígado. Estudaram retrospectivamente 15 pacientes com idade média de 47,9 + ou - 18,1 anos com diagnóstico realizado sempre por métodos de imagem. Em 46,7% dos casos o abscesso era unilocular, predominando no lobo direito do fígado (71,4%). Em 53,3% dos casos diagnosticaram-se doenças associadas. A juízo clínico, os pacientes foram tratados por drenagem cirúrgica (5 casos), por punçäo percutânea com ou sem drenagem orientada por tomografia ou por ultra-som (5 casos) ou tratamento clínico (5 casos). O agente etiológico foi isolado em 80% dos pacientes, sendo que a hemocultura foi positiva em 13,3% e a cultura do pus do abscesso em 73,3% (em um caso ambas foram positivas). Isolaram-se bactérias Gram-positivas em 33,3% das vezes e, em 33,3%, bactérias Gram-negativas. Em dois pacientes (13,3%), isolaram-se duas bactérias: uma Gram-positiva e outra Gram-negativa. Näo se isolaram bactérias anaeróbicas. A terapêutica antimicrobiana foi de amplo espectro no início do tratamento e anteriormente orientada de acordo com as culturas e testes de sensibilidade a antibióticos. Todos os 15 pacientes evoluíram para cura, comprovada pelo desaparecimento da imagem de abscesso ao ultra-som ou à tomografia. O tempo médio de internaçäo para os pacientes submetidos à drenagem cirúrgica foi de 30,8 dias, com limites de 9 a 52 dias. O tempo médio para os pacientes submetidos à punçäo percutânea com ou sem drenagem foi de 27,0 dias, com limites de 7 a 49 dias. O tempo médio de internaçäo para os pacientes submetidos a tratamento clínico foi de 36,0 dias com limites de 22 a 50 dias. Baseados nesses dados e nos referidos na literatura, os autores concluem que a punçäo percutânea representa o melhor dos três métodos e que o tratamento cirúrgico só deve ser indicado nos pacientes com doenças associadas responsáveis pela manutençäo do processo séptico