RESUMEN
O efeito benéfico da aspirina em diferentes situaçöes de doenças coronarianas tem sido demonstrado claramente, mas a prescriçåo continua sendo empírica devido à falta de experiências da fase II e ao conhecimento incompleto dos mecanismos de açåo. Desde que o estudo ISIS-2 foi publicado em 1986, a aspirina é indicada na fase aguda do infarto do miocárdio, pois pode-se reduzir a mortalidade em 20 por cento e a taxa de reoclusöes também pode ser reduzida. O efeito benéfico da aspirina na angina instável também tem sido demonstrado, com uma reduçåo de mais de 50 por cento da incidência combinada de mortalidade e infarto do miocárdio. A angina estável é uma aplicaçåo ideal para baixa dose de aspirina, com uma melhoria na incidência combinada de infarto do miocárdio e morte súbita de 34 por cento. A queståo da dose permanece em aberto. Quando prescrita para prevençåo primária ou secundária, a aspirina deveria ser administrada em doses baixas (50-100 mg/dia) num regime de longo prazo. A dose deveria ser examinada de maneira diferente para tratamento de eventos trombóticos agudos, incluindo infarto e angina instável. Doses acima de 250 mg/dia com uma dose inicial de 500 mg a 1 g såo recomendadas, seguidas de uma dosagem alternada de 50 a 100 mg/dia. A inibiçåo irreversível e dependente da dose da ciclooxigenase da plaqueta pela aspirina é quase total par auma dose única de 100 mg. O efeito é cumulativo para doses menores e como as plaquetas anucleadas nåo podem ressintetizar a enzima, somente plaquetas novas podem recuperar a atividade enzimática. Assim, a duraçåo do efeito é uma funçåo da renovaçåo normal das plaquetas (oito dias). Atualmente, a aspirina é indicada em todos os pacientes coronarianos e deve ser discutida para "pacientes em potencial", isto é, como prevençåo primária em sujeitos sadios com risco de doença coronariana, embora o limiar do risco que exija prescriçåo ainda esteja por ser determinado claramente