RESUMEN
RESUMO Introdução: Embora na literatura médica existam diversas métricas para avaliar a qualidade dos programas de residência, os instrumentos avaliativos tendem a focar as dimensões dos residentes e preceptores. Isso negligencia uma ampla gama de partes interessadas (stakeholders), cujas perspectivas são fundamentais para uma compreensão holística da qualidade dos programas. Objetivo: Diante desse contexto, esta revisão teve como objetivos mapear os principais stakeholders envolvidos na residência médica, identificar e categorizar as métricas de avaliação da qualidade dos programas mais prevalentes na literatura, e analisar a sua relevância em relação às perspectivas das partes interessadas. Método: Inicialmente, foi realizada uma revisão de escopo da literatura para identificar e categorizar os stakeholders, além de mapear as métricas de qualidade. Posteriormente, um painel Delphi foi conduzido para analisar a relevância dessas métricas em relação às perspectivas das partes interessadas identificadas. Resultado: Foram mapeados 14 stakeholders e identificadas 17 métricas, posteriormente divididas em quatro categorias principais. As métricas "adaptabilidade" e "bem-estar" se destacaram, sendo unanimemente reconhecidas por todos os stakeholders como "favorável" ou "altamente favorável". Por sua vez, "autoavaliação" e "satisfação do paciente" receberam avaliações mais cautelosas ou negativas. Os painelistas enfatizaram que "nenhuma métrica é capaz de fornecer individualmente uma avaliação precisa da qualidade de um programa de residência médica". Conclusão: Ao mapear os stakeholders da residência médica, bem como identificar, categorizar e analisar as métricas de avaliação da qualidade mais prevalentes, este estudo ampliou o debate sobre a complexidade das perspectivas em torno da formação médica. A diversidade de atores envolvidos justifica valorizações distintas das várias dimensões da qualidade, reforçando a conclusão de que métricas isoladas não capturam integralmente a qualidade dos programas. Na prática, os resultados sublinham a importância da implementação de sistemas de avaliação da qualidade que sejam equilibrados e alinhados com as expectativas e necessidades dos principais stakeholders.
ABSTRACT Introduction: Medical literature abounds with metrics to assess the quality of residency programs, yet evaluative tools predominantly focus on the dimensions relevant to residents and preceptors. This overlooks a wide range of stakeholders, whose perspectives are essential for a holistic understanding of program quality. Given this context, this review aimed to map key stakeholders in medical residency, identify and categorize the most prevalent quality assessment metrics found in the literature, and analyze their relevance in relation to the stakeholders' perspectives. Method: Initially, a scoping review of the literature was conducted to identify and categorize stakeholders, as well as to map quality metrics. This was followed by a Delphi panel to assess the relevance of these metrics in relation to the perspectives of the identified stakeholders. Results: Fourteen stakeholders were mapped, and seventeen metrics were identified, subsequently divided into four main categories. The metrics "Adaptability" and "Well-being" stood out, being unanimously recognized by all stakeholders as "Favorable" or "Highly Favorable". Conversely, "Self-assessment" and "Patient Satisfaction" elicited more cautious or negative evaluations. Panelists emphasized that "no single metric can provide an accurate assessment of the quality of a medical residency program on its own". Conclusion: By mapping the stakeholders of medical residency, as well as identifying, categorizing, and analyzing the most prevalent quality assessment metrics, this study broadened the debate on the complexity of perspectives surrounding medical education. The diversity of actors observed justifies distinct evaluations across the various dimensions of quality, reinforcing the conclusion that isolated metrics cannot fully capture the program quality. In practice, the findings underscore the importance of implementing quality assessment frameworks that are balanced and aligned with the expectations and needs of the main stakeholders.
RESUMEN
A comunidade científica brasileira clama por uma sistematização definitiva e por uma norma federal abrangente e realista, mais orientadora e reguladora, e menos sancionadora, onde a questão da pesquisa científica com animais possa ser mais bem contemplada. OBJETIVO: Descrever a situação em que se encontra a regulamentação para o uso de animais em treinamento e pesquisa científica, no Brasil. MÉTODOS: Foi identificada e discutida a legislação existente no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro acerca da utilização de animais no treinamento e na pesquisa científica. RESULTADOS: Não existe norma geral sistematizadora atualizada referente à vivissecção e experimentação com animais, nem para fins didáticos, nem científicos. A única lei referente a esse tópico data de 1979 e não chegou a ser regulamentada. Leis mais recentes equiparam a prática de experimentos científicos aos atos de abuso e maus tratos de animais, na presença de tecnologia alternativa. No município do Rio de Janeiro, a prática de vivissecção e de experiências com animais em instituições veterinárias públicas municipais está proibida, desde 2001. Atualmente, existe um substitutivo em discussão, na Câmara Federal, resultado da avaliação de projetos de leis mais recentes, que representa um avanço inestimável, sem, contudo, corresponder a um corpo de princípios e diretrizes que possam nortear eficazmente a questão. CONCLUSÃO: Ainda não existe uma regulamentação para a utilização de animais no ensino e na pesquisa científica em nosso país. Torna-se imperativo adotar dispositivos lúcidos e realistas que garantam a continuação dessa utilização. A comunidade científica dispõe-se a contribuir explicitamente para esse objetivo.
Asunto(s)
Animales , Enseñanza/legislación & jurisprudencia , Experimentación Animal/legislación & jurisprudencia , Investigación/legislación & jurisprudencia , Brasil , Enseñanza/métodos , VivisecciónRESUMEN
A comunidade científica brasileira clama por uma sistematização definitiva e por uma norma federal abrangente e realista, mais orientadora e reguladora, e menos sancionadora, onde a questão da pesquisa científica com animais possa ser mais bem contemplada. OBJETIVO: Descrever a situação em que se encontra a regulamentação para o uso de animais em treinamento e pesquisa científica, no Brasil. MÉTODOS: Foi identificada e discutida a legislação existente no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro acerca da utilização de animais no treinamento e na pesquisa científica. RESULTADOS: Não existe norma geral sistematizadora atualizada referente à vivissecção e experimentação com animais, nem para fins didáticos, nem científicos. A única lei referente a esse tópico data de 1979 e não chegou a ser regulamentada. Leis mais recentes equiparam a prática de experimentos científicos aos atos de abuso e maus tratos de animais, na presença de tecnologia alternativa. No município do Rio de Janeiro, a prática de vivissecção e de experiências com animais em instituições veterinárias públicas municipais está proibida, desde 2001. Atualmente, existe um substitutivo em discussão, na Câmara Federal, resultado da avaliação de projetos de leis mais recentes, que representa um avanço inestimável, sem, contudo, corresponder a um corpo de princípios e diretrizes que possam nortear eficazmente a questão. CONCLUSAO: Ainda não existe uma regulamentação para a utilização de animais no ensino e na pesquisa científica em nosso país. Torna-se imperativo adotar dispositivos lúcidos e realistas que garantam a continuação dessa utilização. A comunidade científica dispõe-se a contribuir explicitamente para esse objetivo. (AU)
PURPOSE: To describe the current situation of Brazilian regimentation for use of animals in teaching and in scientific research.METHODS: It was identified and discussed the legislation about the use of animals in teaching and in scientific research in Brazil and in Rio de Janeiro State.RESULTS: There is not an updated general and systematizing rule with focus on animal vivisection and experimentation, neither for didactic nor scientific purposes. The only specific law dates from 1979 and it was not regimented. More recent laws equate the practice of scientific experiments to the abuse acts and bad handling of animals, when exists alternative technology. In the city of Rio de Janeiro, vivisection practice and experimentation with animals in public veterinary institutions is forbidden since 2001. Currently, there is a substitutive in discussion at the Chamber of Deputies as a result of the evaluation of more recent law projects, representing an inestimable advance without however corresponding to a body of principles and directives that can adequately guide the question.CONCLUSION: In our country there is not regimentation for using animals in teaching and in scientific research. It becomes imperative to make lucid and realistic arrangements which can assure the continuity of the use of animals. The scientific community is ready to contribute to that purpose.