RESUMEN
Pesquisas recentes na área de neurociência cognitiva buscam encontrar evidências que confirmem a hipótese de que as bases causais da psicopatia residem na neurobiologia. Contudo, há grande controvérsia nesta área, por exemplo, o neurocientista James Fallon, embora arbitre que a biologia (nature) seja responsável por 80% do comportamento, propõe que a psicopatia pode ser explicada pela epigenética (biossociais). Não há uma conclusão definitiva sobre qual a real causado comportamento psicopático, embora a base neurobiológica desempenhe papel importante. Um dos problemas da associação da psicopatia com a neurobiologia se refere ao uso do neuroimageamento como evidência em favor da posição biológica, pois a neuroimagem aplicada ao estudo do comportamento social possui diversos questionamentos. Neste texto, apresentamos uma discussão sobre o tema e apontamos algumas críticas. A contribuição da neurociência cognitiva nos estudos da mente e do comportamento é inegável, porém há obstáculos a serem considerados, como o emprego de neuroimageamento para identificar bases causais de comportamentos desviantes.
Recent research in cognitive neuroscience seeks to find evidences to support the hypothesis that psychopathy has biological causes. However, there is wide controversy in this area. For example, the neuroscientist James Fallon, contendsthat biology (nature) is responsible for 80% of behavior and proposes that psychopathy may have epigenetic (biossocial) causes. There is no conclusive evidences about the realcause of psychopathic behavior, although the neurobiological basis playsa central role. A problem associated with psychopathy and the neurobiological basis refers to the use of neuroimaging as evidence in favor of the biological position; neuroimaging applied to the study of social behavior raises several questions. In this text we present a discussion about this themeand point out some criticisms. The contribution of cognitive neuroscience to the studies of mind and behavioris undeniable, but there are some issues to be considered as the use of neuroimaging to identify causal bases of deviant behavior.
Asunto(s)
Humanos , Psicopatología , Neuroimagen , Neurociencia CognitivaRESUMEN
RESUMO O estudo do sistema nervoso e suas funções é fascinante e complexo. Um dos mais intrigantes assuntos deste campo é como a neurobiologia produz estados conscientes, o notório problema da consciência (cérebro e mente). Para esse estudo, são necessários conhecimentos tanto de neuroanatomia e fisiologia como de questões linguísticas e filosóficas, o que torna o assunto temido ou ignorado pelos estudantes de Medicina. Assim, aquele que vai iniciar o estudo desse capítulo da neurociência se depara com um questionamento: por onde começar? A quantidade de informação é muito grande, e o ponto de partida, em geral, pode ser a biologia, a psicologia ou a filosofia. Portanto, este ensaio tem como objetivo sugerir um caminho, entre vários possíveis, para nortear aqueles que desejam informações preliminares sobre o tema. Isto porque alguns estudantes têm dificuldade com o assunto por não dominarem alguns conceitos fundamentais ou desconhecerem as teorias defendidas, fixando-se apenas na vertente biológica do assunto. Desta maneira, na introdução deste manuscrito são apresentadas três possibilidades conceituais para a palavra consciência e alguns problemas de limitação do idioma. Na sequência, a neurobiologia é abordada de forma sucinta, com ênfase na atividade eletroquímica neuronal. Em seguida, são relatadas as teorias sobre a consciência e os pontos de vista de dois autores: David Chalmers e Daniel Dennett. A escolha desses autores para este trabalho visa demonstrar que tais teorias possuem movimento pendular: iniciando com Descartes e sua teoria dualista em um extremo, passando por outras teorias intermediárias e chegando até os materialistas reducionistas no extremo oposto. A metodologia se resume à pesquisa de artigos científicos sobre o tema. Por fim, embora a corrente majoritária defenda que a consciência é um fenômeno bioquímico, pois, para haver consciência é necessário cérebro, também há aqueles que defendem que a consciência não seja um atributo da matéria. Discussões como esta devem ser encorajadas e embasadas em fundamentação teórica.
ABSTRACT The study of the nervous system and its functions is fascinating and complex. One of the most intriguing in this field is how neurobiology produces conscious states; the notorious problem of consciousness (the brain and mind). For this study, a knowledge of both neuroanatomy and physiology is required, as well as of linguistic and philosophical issues. For this reason, this is a topic that is feared or avoided by medical students. The student wishing to begin this chapter of neuroscience faces a question: where to start? There is a vast amount of information on the subject, and the starting point, in general, can be biology, psychology or philosophy. This essay suggests one of several possible means of guiding those seeking preliminary information on the subject. Some students have difficulty with the subject because they lack the fundamental concepts needed, or they do not know the theories defended, but are focused on subject from a purely biological perspective. This work begins by presenting three conceptual possibilities for the word 'conscience', and some language limitations related to it. Next, it gives a succinct overview of neurobiology, with emphasis on neuronal electrochemical activity. The theories of consciousness are outlined, giving the points of view of two authors: David Chalmers and Daniel Dennett. This choice of authors demonstrates that such theories have pendular movement: starting with Descartes and his dualist theory at one extreme, passing through other intermediate theories, and reaching the reductionist materialists at the opposite extreme. The methodology consists of a literature search of scientific articles on the subject. Finally, although the majority argue that consciousness is a biochemical phenomenon, because in order to have consciousness there must be a brain, there are also those who argue that consciousness is not an attribute of matter. Discussions like these should be encouraged, and based on theoretical studies.