RESUMEN
INTRODUÇÃO: Visando implantar um método de vigilância epidemiológica ativa das infecções hospitalares e promover o uso racional de antimicrobianos (AM), foi desenvolvido um modelo de ficha de notificação de uso de antimicrobiano de forma a garantir que todo tratamento iniciado fosse notificado à Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).OBJETIVOS: Implantar um método ativo de vigilância epidemiológica, conjugando ações da CCIH e do SF; Promover o uso racional de antimicrobianos.MÉTODO: A CCIH juntamente com o SF desenvolveu um novo modelo de ficha de notificação de AM que incluiu as informações sobre o esquema antimicrobiano empregado no rodapé da própria prescrição médica. O novo modelo foi aprovado em reunião com a direção médica do hospital, todos os chefes de clínica e a supervisão da enfermagem. Foi idealizado bloco de prescrição em duas vias, onde a primeira (branca) ficasse na clínica e a segunda (amarela) fosse encaminhada ao SF. Todas as prescrições contendo notificação são separadas ao fim do dia para serem fotocopiadas no dia seguinte e então encaminhadas à CCIH. RESULTADOS:A exigência da notificação de AM forneceu uma série de vantagens para o SF e para a CCIH: acesso à notificação do AM; controle de estoque dos AMs notificados; análise criteriosa de todo o esquema terapêutico empregado, intervenção da CCIH e SF em esquemas desnecessários ou incompatíveis com estoque do AM, patologia ou justificativa. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES: A mudança na maneira de se notificar o esquema antimicrobiano proposto foi suficiente para a criação do hábito da notificação por parte da equipe médica, apesar da grande resistência e dos questionamentos surgidos no início da implantação do protocolo. A exigência da notificação gerou benefícios não só para o hospital, como também para o paciente, uma vez que a CCIH passou a emitir seu parecer para cada notificação encaminhada, identificando erros e sugerindo modificações no tratamento proposto. Para o SF, este protocolo permitiu uma redução nos custos e garantiu o uso racional desses medicamentos. Todavia, o modelo ideal de notificação de AMs ainda está para ser encontrado, já que no modelo desenvolvido, as notificações dos AMs só chegam à CCIH um dia após o início do tratamento em dias úteis ou em até três dias nos casos de feriados e finais de semana e, portanto, um tratamento iniciado com AM inadequado, demora a sofrer intervenção por parte da CCIH, aumentando as chances de seleção de resistência microbiana e também o custo para o SF