RESUMEN
Objetivo: Avaliar o impacto da ressecção transuretral da próstata (RTUP) aplicada em pacientes com hiperplasia prostática benigna e a prevalência das complicações intra-operatórias e pós-operatórias em um centro médico de referência. Metodologia: Analisamos 172 prontuários de pacientes submetidos a RTUP para HPB no Hospital de Base de 2000 a 2002. Segundo um protocolo elaborado, Observamos no pré-operatório dados demográficos, antecedentes mórbidos e indicação cirúrgica. A condição clínica foi medida, no pré e pósoperatórios, pelo IPSS (international prostatic symptoms score), prevalência dos sintomas prostáticos (LUTS), dosagem de PSA (prostatic specific antigen), ultra-sonografia (US) e antomopatológico. Em relação à RTUP, investigamos o tipo de anestesia, o tempo operatório, e as complicações intra-operatórias e pós-operatórias. Resultados: Obtivemos idade média de 68.68 anos, união estável em 81%, e 87% de caucasóides. A prevalência dos sintomas do trato urinário baixo, conhecidos pela sigla LUTS da língua inglesa que significa lower urinary tract symptoms após a RTUP abaixou significativamente (p<0.05), exceto para dor suprapúbica e disúria. No pré-operatório, os valores médios do PSA total e do volume prostático foram 9.87ng/ml e 51.71g, respectivamente. A duração média da RTUP foi de 61.3 min, com ocorrência de intoxicação hídrica em 9.9% e hemorragia em 5.8%. O tempo de internação foi de 3.42 dias, encontrando complicações pós-operatórias em 62.1% dos casos, com altas incidências de infecção urinária, hemorragia, falha da micção e incontinência urinária. Conclusão: Na avaliação do tratamento cirúrgico da HPB, reconhecido como padrão-ouro, houve redução significativa dos LUTS apesar da elevada morbidade relacionada à RTUP neste estudo