RESUMEN
Neste artigo são delineadas reflexões teórico-etnográficas a partir de pesquisa de campo realizada em três grupos do WhatsApp formados por pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA). Tem como objetivo compreender as experiências afetivo-sexuais dessas pessoas, construídas por meio de diálogos, interações e socialidades vividas nesses grupos pesquisados. A partir da descrição das socialidades nos grupos e dos modos como, por meio da biscoitagem, as pessoas fazem circular afetos e desejos sem, necessariamente, constituírem relacionamentos afetivo-sexuais, argumenta-se que, em suas interações sociais, os interlocutores conectavam pessoas, artefatos sociotécnicos, lugares, situações, emoções, relações, projetos de vida etc., de tal maneira que produziam mais que simplesmente apoio, suporte, ajuda ou comunicação sobre o HIV, visto que teciam seus próprios mundos sociais. Estes achados ganham relevância especial ao se considerar a experiência de PVHA que mantêm algum grau de segredo sobre sua sorologia positiva para o HIV
This article outlines theoretical-ethnographic reflection based on a field research about three WhatsApp groups formed by people living with HIV/AIDS (PLWHA). It aims to understand the affective-sexual experiences of these people constructed through dialogues, interactions and socialities on these WhatsApp groups. From the description of sociality in these groups and the ways in which, through biscoitagem, people circulated affections and desires without necessarily constituting affective-sexual relationships, it is argued that, in their social interactions, the interlocutors connected people, socio-technical artefacts, places, situations, emotions, relationships, life projects etc., in a way that produced more than support, mutual help or communication about HIV, insofar as they were weaving their own social worlds. These findings gain special relevance when we consider the experience of the PLWHA who maintain some degree of secrecy about their positive HIV serology
Este artículo esboza reflexiones teórico-etnográficas a partir de una investigación de campo en tres grupos en WhatsApp formados por personas viviendo con VIH/SIDA (PVVS). El objetivo es comprender las experiencias afectivo-sexuales de estas personas construidas a través de diálogos, interacciones y socialidades vividas en estos grupos. A partir de la descripción de la sociabilidad en los grupos investigados y de las formas en que, a través de la biscoitagem, las personas circulaban afectos y deseos sin constituir necesariamente relaciones afectivo-sexuales, se argumenta que, en sus interacciones sociales, los interlocutores conectaron personas, artefactos sociotécnicos, lugares, situaciones, emociones, relaciones, proyectos de vida etc., de manera que produjeron más que solamente apoyo, soporte, ayuda o comunicación sobre VIH, ya que tejian sus propios mundos sociales. Estos hallazgos adquieren especial relevancia cuando se considera la experiencia de las PVVS que mantienen cierto grado de secreto sobre su serología positiva para el VIH