RESUMEN
Cápsulas com berinjela têm sido usadas para reduzir colesterol. Estudos em animais apontaram significativa redução do colesterol total ou do LDL-colesterol, contudo em humanos, os resultados não são conclusivos. Dada a presença na berinjela de antocianinas, de comprovada atividade antioxidante, seria possível estes interferirem em determinações laboratoriais. Avaliou-se a interferência in vitro nas determinações de glicose, colesterol, triglicerídeo e ácido úrico. Os testes foram realizados com extrato seco de berinjela comercial, adicionado a soro calibrador comercial em concentrações supraterapêuticas, e depois em concentrações terapêuticas para os analitos que apresentaram interferência significativa na concentração terapêutica. Como controle utilizou-se soro puro e adicionado de amido, quercetina ou solvente. No soro com extrato não tratado foram detectadas interferências significativas nas determinações de glicose, triglicerídeos e AST em concentrações supraterapêuticas e para glicose em concentrações terapêuticas. Noutra etapa, testes foram feitos com o conteúdo das cápsulas após simulação de digestaão gástrica, também nas duas concentrações. Na concentração supraterapêutica, detectou-se a interferência em todos os analitos e na terapêutica apenas para glicose. Alguns controles apresentaram interferências não esperadas. Os resultados sugerem um potencial de interferência analítica para o extrato comercial de berinjela, sendo necessários estudos adicionais com outras preparações para uma conclusão definitiva.