RESUMEN
Objetivos: analisar a constitucionalidade da Emenda Constitucional (EC) nº 95/2016, em especial, cotejando os pisos de aplicação mínima nas ações e serviços públicos de saúde frente às disposições constitucionais garantidoras de financiamento adequado. Especificamente, foram confrontadas as projeções de financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) em face do princípio de vedação ao retrocesso dos direitos sociais. Metodologia: foram realizadas pesquisas teóricas e análises documentais, com base na revisão da literatura e dos dispositivos legais pertinentes, aos quais se agregou a dados empíricos, de maneira a observar indiretamente o fenômeno analisado, através do procedimento técnico da revisão documental. Resultados: a EC nº 95/2016 afronta as diretrizes constitucionais da integralidade e universalidade que regem o SUS, já que tende a agravar o déficit de financiamento do Sistema, impedindo o oferecimento adequado e progressivo de ações e serviços públicos de saúde (ASPS) para a população. Discussão: o novo regime fiscal instituído pela Emenda deve viger por duas décadas, valendo até 2036. O discurso oficial argumentava pela necessidade de um novo sistema de despesas públicas, sob a tônica da limitação de gastos e investimentos públicos, sobretudo nos bens e serviços sociais, como medida capaz de retomar o crescimento da economia. Conclusões: os limites de gastos público previstos na EC nº 95/2016 agravam a inefetividade do direito à saúde e afrontam premissa constitucional de garantia de financiamento adequado e progressivo das ASPS, subvertendo a lógica de instrumentalidade dos orçamentos e dos recursos públicos em nome da austeridade fiscal. Para além disso, afronta o princípio da vedação ao retrocesso ao impor uma regressividade ao custeio do Sistema.
Objectives: to analyze the constitutionality of the Constitutional Amendment n. 95/2016, focusing especially on the minimum standard of public investments on health care provisions, in light of the constitutional norms that impose its adequate financing, by confronting the financing projections of the Brazilian Unified Health System (SUS) with the non-regression clause on social rights. Methodology: theoretical research and documentary analysis were made, based on literature and corresponding legal norms review, alongside with empirical data, so as to indirectly observe the analyzed phenomenon, through the technical procedure of documentary review. Results: the Constitutional Amendment n. 95/2016 transgresses the guidelines of integrality and universality, which rules the Brazilian Unified Health System (SUS) as it tends to increase the System's financing deficit, which prevents the population from having access to adequate and progressive public health care provisions. Discussion: the new fiscal regime implemented by the Amendment will go on for two decades, until 2036. Official discourse pleas the need for a new public expenditure system, stressed by the limitation of public expenses and investments mostly on social services and provisions, as a way of achieving economy growth. Conclusions: public expenditure limits established by the Constitutional Amendment n. 95/2016 increases the ineffectiveness of the right to health and violates the constitutional premise of guaranteeing adequate and progressive financing for public health care provisions, subverting the instrumental aspect of public budgets and resources for the sake of fiscal austerity. Besides, it violates the non regression clause of social rights, as it imposes a regression on the financing instruments to the System's.
Objetivos: analizar la constitucionalidad de la Enmienda Constitucional n. 95/2016, cotejándose especialmente los límites mínimos de aplicación en las acciones y servicios de la salud pública (ASPS) frente a las disposiciones constitucionales que garantizan el funcionamiento del Sistema Único de Salud (SUS) y al principio de no retroceso de los derechos sociales. Metodología: se realizaron investigaciones teóricas y análisis documentales, teniendo por base la revisión de la literatura y de las disposiciones legales pertinentes, lo que se agregó a datos empíricos, para observarse indirectamente el fenómeno analizado, a través del procedimiento técnico de revisión documental. Resultados: la Enmienda Constitucional n. 95/2016 afronta a las directivas constitucionales de integralidad y universalidad, que rigen el SUS, pues tiende a agravar el déficit de financiación del sistema, lo que impide la oferta adecuada y progresiva de ASPS a la población. Discusión: el nuevo régimen fiscal instituído por la Enmienda deve vigorar por dos décadas, hasta el 2036. El discurso oficial argumentaba acerca de la necesidad de un nuevo sistema de gastos públicos, bajo la tónica de la limitación de los gastos e inversiones públicas, especialmente en lo que toca a los bienes y servicios sociales, en cuanto medida capaz de retomar el crecimiento de la economía. Conclusiones: los límites a los gastos públicos previstos por la Enmienda Constitucional n. 95/2016 agravan la inefectividad del derecho a la salud y afrontan la premisa constitucional de garantía de financiación adecuada y progresiva de las ASPS, subvirtiendo la lógica instrumental de los presupuestos y recursos públicos, en nombre de la austeridad fiscal. Más allá, afronta al principio de no retroceso, al imponer regresividad a la financiación del Sistema.
RESUMEN
Objetivo: fazer uma análise crítica sobre a tese da responsabilidade solidária pelo fornecimento de medicamentos, fixada pelo Supremo Tribunal Federal com repercussão geral, no Recurso Extraordinário nº 855.178/SE, ao interpretar a competência administrativa comum da União, Estados e Municípios prevista na Constituição Federal relativamente à saúde, de maneira a chamar atenção para a necessidade de se regulamentar os mecanismos de ressarcimento intergovernamental, com vistas a restabelecer o equilíbrio no pacto federativo. Metodologia: pesquisa teórica e documental sobre o ressarcimento interfederativo de ações e prestações de saúde, tendo como norte o caso que ensejou na fixação da tese. A revisão documental foi o procedimento técnico adotado para fazer a observação indireta do objeto pesquisado, por meio de documentos oficiais, adotando-se como fonte secundária a proposição de Súmula Vinculante nº 4 e o Projeto de Lei nº 4.869/2016, disponíveis em sítios oficiais do governo brasileiro. Resultados: a sistemática fixada pelo SupremoTribunal Federal privilegia o acesso à justiça, de maneira a tornar mais célere a concessão judicial de medicamentos e, em razão disso, tende a fomentar a judicialização da saúde. Conclusões: vislumbra-se o descumprimento da segunda parte da tese, referente ao ressarcimento interferativo, haja vista a complexidade e fragilidade da sistemática atual de reembolso intergovernamental. (AU).
Objective: to criticaly analyze the joint liability of federal, state and municipal governments regarding medication supply, stated by Brazil's Supreme Court with general repercussion on the RE 855.178/SE, when construing on the commom competence established in the Federal Constitution, in order to draw attention to the need to regulate the reimbursement mechanisms of federation entities so the balance of the federative pact is restored. Methodology: theoretical and documentary research on the federation entities reimbursement mechanisms regarding the right to health, focusing mainly on the case that has led to the judicial decision in question. The documentary revision was the technical procedure adopted in order to proceed to the indirect observation through official documents, using as sources of secondary data the proposition of Súmula Vinculante nº 4 e the bill nº 4.869/2016, available on Brazilian government's official websites. Results: the reimbursement mechanism stated by Brazil's Supreme Court privileges the access to justice by making judicial granting of medication a faster mechanism and, because of that, it tends to increase judicialization of the right to health. Conclusions: it is foreseen the failing to comply with the second part of the established method, regarding the reimbursement of federation entities, due to the intricacy and weakness of the current reimbursement system. (AU).
Objetivo: hacer un análisis crítico de la tesis de responsabilidad solidaria por el fornecimiento de medicamentos, establecida con repercusión general por el STF, en el RE 855.178/SE, cuando interpreta la competencia administrativa común de la Unión, de los estados y de los municipios, prevista por la Constitución Federal en relación a la salud, de manera a llamar la atención para la necesidad de reglamentarse los mecanismos intergubernamentales de resarcimiento, restableciéndose el equilibrio en el pacto federativo. Metodología: investigación teórica y documental acerca del resarcimiento interfederativo en las acciones y prestaciones de salud, teniendo como Norte el caso que ha conducido a la fijación de la tesis. La revisión documental fue el procedimiento técnico adoptado para proceder a la observación indirecta del objeto investigado, por intermedio de documentos oficiales, habiéndose adoptado como fuente secundaria la propuesta de Súmula Vinculante nº 4 y el Proyecto de Ley 4.869/2016, disponibles en los sitios internet oficiales del gobierno brasileño. Resultados: la sistemática fijada por el STF privilegia el acceso a la justicia, tornando más célere la concesión judicial de medicamentos y, por ello, puede fomentar la judicialización de la salud. Conclusiones: se entiende que no se va a sostener la segunda parte de la tesis, referente al resarcimiento interfederativo, debido a la complejidad y a la fragilidad del actual sistema de resarcimiento intergubernamental. (AU).
Asunto(s)
Mecanismo de Reembolso , Responsabilidad Legal , Decisiones Judiciales , Federalismo , Judicialización de la SaludRESUMEN
O presente ensaio tem por objetivo analisar as raízes principais da judicialização de políticas públicas de saúde, principalmente no tocante a legitimidade da intervenção do Poder Judiciário e as distorções ocasionadas nos orçamentos públicos dos municípios, Estados e união Federal, ante a completa vulneração das regras federativas de repartição de competências administrativas estabelecidas no Sistema Único de Saúde (SUS)