RESUMEN
Após os animadores resultados do DCCT, a terapêutica insulínica intensiva tem sido recomendada indistintamente em todos os países. Em nossa experiência, aplicada à população de pacientes diabéticos em uso de insulina, atendidos no Hospital Universitário da PCCAMP, tal esquema se mostrou inviável e inadequado, a despeito de contarmos com o atendimento multiprofissional recomendado à assistência do paciente diabético. As razões socioeconômicas e culturais constituíram o principal fator limitante a esta prática. Devido a isto utilizamos em nosso serviço um esquema terapêutico adaptado, que denominamos "insulinização por etapas, através de doses duplas combinadas". Tal método foi o que mostrou melhores resultados devido à fácil inteligibilidade, e porque atribui responsabilidades ao paciente quanto aos resultados a serem obtidos. Desta forma, entre 50 pacientes em uso de insulina, obtivemos sessenta e quatro por cento de bom controle em um tempo médio de seguimento ambulatorial semanal que durou oito semanas. Os pacientes com mau controle glicêmico (trinta e sies por cento) foram reanalisados, caso, para correção das possíveis causas. A casuística final computou oitenta e seis por cento de bom controle glicêmico, sendo que em quatorze por cento dos casos este objetivo não foi alcançado. Entendemos, que algumas das causas de mau controle glicêmicosão de fácil detecção e podem ser corrigidos em nível primário de atenção à saúde. Entretanto, outras causas bastante complexas que dificultam o controle deverão ser referendadas aos setores secundários e terciário de atendimento, visando propiciar o controle glicêmico ótimo a todos os pacientes diabéticos