RESUMEN
The aim was to analyse and improve the Primary Health Care (PHC) response to domestic violence against women (DVAW) by developing, implementing and evaluating an intervention. A pilot study evaluating the before and after of intervention implementation, using mixed methods and carried out in three phases - formative, intervention and evaluation - between August 2017 and March 2019 in two Basic Health Units (UBS) in the city of São Paulo. In this paper, we present the details and evaluation of the intervention, carried out six to twelve months after its implementation. The intervention was developed based on the findings of the formative phase and in line with the health policy that establishes the Violence Prevention Nucleus (NPV) and consisted of stablishing a care pathway; general training for all workers and specific training for the NPV; drawing up educational material and monthly case discussions over 6 months. The evaluation showed acceptability among the workers, increased identification and repertoire for caring for cases of DVAW, strengthening internal referral and the intersectoral network. We identified obstacles to the full implementation and sustainability of the intervention.
O objetivo foi analisar e aprimorar a resposta da Atenção Primária à Saúde (APS) ao cuidado dos casos de violência doméstica contra a mulher (VDCM), desenvolvendo, implementando e avaliando uma intervenção. Pesquisa piloto de avaliação do antes e depois da implementação de uma intervenção, utilizando métodos mistos e realizada em três fases - linha de base, intervenção e avaliação - entre agosto/2017 e março/2019 em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município de São Paulo. Apresentamos neste artigo o detalhamento e a avaliação da intervenção, realizada 6-12 meses após implementação. A intervenção foi desenvolvida com base nos achados da primeira fase e em consonância com a política de saúde que estabelece os Núcleos de Prevenção à Violência (NPV), consistindo em: elaboração de fluxo assistencial; capacitação geral para todos os trabalhadores e específica para o NPV; elaboração de material educativo e discussões mensais de caso durante 6 meses. A avaliação mostrou aceitabilidade entre os trabalhadores, aumentou a identificação e repertório para o cuidado dos casos de VDCM, fortalecendo o encaminhamento interno e à rede intersetorial. Identificamos obstáculos para plena implementação e sustentabilidade da intervenção.
Asunto(s)
Violencia Doméstica , Atención Primaria de Salud , Humanos , Atención Primaria de Salud/organización & administración , Brasil , Femenino , Proyectos Piloto , Violencia Doméstica/prevención & control , Evaluación de Programas y Proyectos de Salud , Personal de Salud/educación , AdultoRESUMEN
Resumo O objetivo foi analisar e aprimorar a resposta da Atenção Primária à Saúde (APS) ao cuidado dos casos de violência doméstica contra a mulher (VDCM), desenvolvendo, implementando e avaliando uma intervenção. Pesquisa piloto de avaliação do antes e depois da implementação de uma intervenção, utilizando métodos mistos e realizada em três fases - linha de base, intervenção e avaliação - entre agosto/2017 e março/2019 em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município de São Paulo. Apresentamos neste artigo o detalhamento e a avaliação da intervenção, realizada 6-12 meses após implementação. A intervenção foi desenvolvida com base nos achados da primeira fase e em consonância com a política de saúde que estabelece os Núcleos de Prevenção à Violência (NPV), consistindo em: elaboração de fluxo assistencial; capacitação geral para todos os trabalhadores e específica para o NPV; elaboração de material educativo e discussões mensais de caso durante 6 meses. A avaliação mostrou aceitabilidade entre os trabalhadores, aumentou a identificação e repertório para o cuidado dos casos de VDCM, fortalecendo o encaminhamento interno e à rede intersetorial. Identificamos obstáculos para plena implementação e sustentabilidade da intervenção.
Abstract The aim was to analyse and improve the Primary Health Care (PHC) response to domestic violence against women (DVAW) by developing, implementing and evaluating an intervention. A pilot study evaluating the before and after of intervention implementation, using mixed methods and carried out in three phases - formative, intervention and evaluation - between August 2017 and March 2019 in two Basic Health Units (UBS) in the city of São Paulo. In this paper, we present the details and evaluation of the intervention, carried out six to twelve months after its implementation. The intervention was developed based on the findings of the formative phase and in line with the health policy that establishes the Violence Prevention Nucleus (NPV) and consisted of stablishing a care pathway; general training for all workers and specific training for the NPV; drawing up educational material and monthly case discussions over 6 months. The evaluation showed acceptability among the workers, increased identification and repertoire for caring for cases of DVAW, strengthening internal referral and the intersectoral network. We identified obstacles to the full implementation and sustainability of the intervention.
RESUMEN
BACKGROUND: Health systems have a critical role in a multi-sectoral response to domestic violence against women (DVAW). However, the evidence on interventions is skewed towards high income countries, and evidence based interventions are not easily transferred to low-and middle-income countries (LMIC) where significant social, cultural and economic differences exist. We evaluated feasibility and acceptability of implementation of an intervention (HERA-Healthcare Responding to Violence and Abuse) to improve the response to DVAW in two primary health care clinics (PHC) in Brazil. METHODS: The study design is a mixed method process and outcome evaluation, based on training attendance records, semi-structured interviews (with 13 Primary Health Care (PHC) providers, two clinic directors and two women who disclosed domestic violence), and identification and referral data from the Brazilian Epidemiological Surveillance System (SINAN). RESULTS: HERA was feasible and acceptable to women and PHC providers, increased providers' readiness to identify DVAW and diversified referrals outside the health system. The training enhanced the confidence and skills of PHC providers to ask directly about violence and respond to women's disclosures using a women centred, gender and human rights perspective. PHC providers felt safe and supported when dealing with DVAW because HERA emphasised clear roles and collective action within the clinical team. A number of challenges affected implementation including: differential managerial support for the Núcleo de Prevenção da Violência (Violence Prevention Nucleus-NPV) relating to the allocation of resources, monitoring progress and giving feedback; a lack of higher level institutional endorsement prioritising DVAW work; staff turnover; a lack of feedback from external support services to PHC clinics regarding DVAW cases; and inconsistent practices regarding documentation of DVAW. CONCLUSION: Training should be accompanied by system-wide institutional change including active (as opposed to passive) management support, allocation of resources to support roles within the NPV, locally adapted protocols and guidelines, monitoring progress and feedback. Communication and coordination with external support services and documentation systems are crucial and need improvement. DVAW should be prioritised within leadership and governance structures, for example, by including DVAW work as a specific commissioning goal.
Asunto(s)
Violencia Doméstica , Humanos , Femenino , Brasil/epidemiología , Violencia Doméstica/prevención & control , Proyectos de Investigación , Instituciones de Atención Ambulatoria , Atención Primaria de SaludRESUMEN
É difícil reconhecer o sexo forçado vivido nas relações sexuais no âmbito doméstico como violência. Há também uma imprecisão entre a violência, tal como no sexo forçado, e a desigualdade de gênero, como na aceitação do dever marital. Buscou-se compreender o que profissionais da Atenção Primária pensam sobre essas duas experiências, como interpretam relatos das mulheres e o que fazem sobre isso. Entrevistados, os profissionais dizem que sexo forçado ou sexo sem consentimento explícito são ambos violência, e assim devem ser nomeados. Agindo desse modo, eles pensam esclarecer suas pacientes acerca dos direitos das mulheres. No entanto, no dia a dia, nem todos o fazem e ninguém reconheceu ou nomeou a aceitação do dever marital como desigualdade de gênero. Conclui-se que, se a violência está presente como questão, sua distinção quanto à desigualdade de gênero ainda é um desafio.(AU)
Es difícil reconocer el sexo forzado vivido en las relaciones sexuales en el ámbito doméstico como violencia. Hay también una imprecisión entre la violencia, tal como en el sexo forzado, y la desigualdad de género, como en la aceptación del deber conyugal. Se buscó entender lo que los profesionales de la atención primaria piensan sobre esas dos experiencias, cómo interpretan los relatos de las mujeres y qué hacen sobre eso. Al ser entrevistados, los profesionales decían que el sexo forzado o el sexo sin consentimiento explícito son violencia y deben ser denominados como tal. Actuando así, ellos piensan aclarar a sus pacientes los derechos de las mujeres. Sin embargo, en el cotidiano no todos lo hacen y ninguno reconoció o nombró la aceptación del deber conyugal como desigualdad de género. Se concluyó que la violencia está presente como cuestión y que su distinción con relación a la igualdad de género todavía es un desafío.(AU)
Studies show how difficult it is to recognize what is experienced in sexual relationships within households. There is an inaccuracy between violence as in the forced sex, and gender inequality as in the acceptance of the marital duty. We aimed to understand what health care providers think about these two experiences, how they interpret women's reports and what they do about it. Interviewed, the professionals say that both forced sex and sex with no explicit consent are violence and so they should be named. By doing so, professionals intend to enlighten their patients about women's rights. However, in everyday life not everyone does and no one recognized or named marital duty as gender inequality. We conclude that if violence is present as an issue, its distinction in relation to gender inequality is still a challenge.(AU)
RESUMEN
Resumo O trabalho em rede tem papel central na assistência a mulheres em situação de violência. Este estudo analisa as diferentes perspectivas desse trabalho para profissionais da Atenção Primária e profissionais de serviços especializados nas áreas de assistência social, assistência jurídica e segurança pública, na cidade de São Paulo, Brasil. Realizaram-se entrevistas semi-estruturadas com 16 profissionais dos serviços especializados e 46 da saúde. Os eixos para a análise temática foram: o que os profissionais sabem e pensam sobre os demais serviços; sua atuação a partir disso; e suas expectativas. Os dados revelaram conhecimento insuficiente sobre os distintos serviços, resultando em dificuldades comunicativas, bem como em encaminhamentos equivocados pautados em idealizações sobre como deveria atuar o outro serviço. Concluímos que cada setor é bastante autônomo e seus serviços partem de seu próprio campo de atuação para definir aquilo que seria melhor para a mulher. O conjunto funciona mais como uma trama de serviços do que como uma rede.
Abstract Networking plays a central role in assisting women in situations of violence. This study analyzes how different the work perspectives are for Primary Care professionals and specialized services professionals in the areas of social and law assistance, and public security in the city of São Paulo, Brazil. Semi-structured interviews were carried out with 16 professionals from specialized services and 46 from the health sector. The axes for a thematic analysis were: what professionals know and think about services other than their own; their performance based on that; and their expectations. The findings revealed insufficient knowledge of the different services, resulting in communication difficulties as well as wrong referrals to other services, based on how other services would ideally work. We concluded that each sector is autonomous and its services start from its own field of action to define what would be best for women. The set works more like a mesh of services than a network.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Atención Primaria de Salud , Servicios de Salud para Mujeres , Violencia contra la Mujer , Accesibilidad a los Servicios de Salud , Apoyo Social , Defensoría PúblicaRESUMEN
BACKGROUND: There is growing recognition of the health sector's potential role in addressing domestic violence (DV) against women. Although Brazil has a comprehensive policy framework on violence against women (VAW), implementation has been slow and incomplete in primary healthcare (PHC), and little is known about the implementation challenges. This paper aims to assess the readiness of two PHC clinics in urban Brazil to integrate an intervention to strengthen their DV response. METHODS: We conducted 20 semi-structured interviews with health managers and health providers; a document analysis of VAW and DV policies from São Paulo and Brazil; and 2 structured facility observations. Data were analysed using thematic analysis. RESULTS: Findings from our readiness assessment revealed gaps in both current policy and practice needing to be addressed, particularly with regards to governance and leadership, health service organisation and health workforce. DV received less political recognition, being perceived as a lower priority compared to other health issues. Lack of clear guidance from the central and municipal levels emerged as a crucial factor that weakened DV policy implementation both by providers and managers. Furthermore, responses to DV lost visibility, as they were diluted within generic violence responses. The organizational structure of the PHC system in São Paulo, which prioritised the number of consultations and household visits as the main performance indicators, was an additional difficulty in legitimising healthcare providers' time to address DV. Individual-level challenges reported by providers included lack of time and knowledge of how to respond, as well as fears of dealing with DV. CONCLUSION: Assessing readiness is critical because it helps to evaluate what services and infrastructure are already in place, also identifying obstacles that may hinder adaptation and integration of an intervention to strengthen the response to DV before implementation.
Asunto(s)
Violencia Doméstica , Humanos , Femenino , Brasil , Violencia Doméstica/prevención & control , Personal de Salud , Derivación y Consulta , Atención Primaria de SaludAsunto(s)
Humanos , Violencia , Parto Humanizado , Toma de Decisiones Clínicas/ética , Partería/normasRESUMEN
Trata-se de uma revisão sistemática da produção bibliográfica sobre obstáculos e facilitadores para o cuidado de mulheres em situação de violência doméstica na atenção primária à saúde (APS) no Brasil. O levantamento bibliográfico encontrou 1.048 referências. Analisamos 39 artigos, conforme critérios de inclusão e exclusão. A produção centrou-se em representações e crenças dos profissionais. Os principais obstáculos foram a constituição da violência doméstica contra a mulher (VDM) como questão do escopo da saúde, traduzida em dificuldades na identificação do problema e manejo no encontro assistencial, ausência de treinamento, trabalho em equipe, rede intersetorial, medo e falta de tempo. Os facilitadores focaram-se na introdução da perspectiva de gênero e direitos humanos, vínculo, acolhimento e trabalho em equipe e multisetorial. Apesar da potencialidade da APS para trabalhar com VDM, houve raros estudos que consideraram a perspectiva da gestão e financiamento, fundamental para a superação dos problemas apontados.(AU)
Revisión sistemática de la producción bibliográfica sobre obstáculos y facilitadores para el cuidado de mujeres en situación de violencia doméstica (VDM) en la atención primaria de la salud (APS) en Brasil. La revisión bibliográfica encontró 1.048 referencias. Analizamos 39 artículos, conforme criterios de inclusión y exclusión. La producción se concentró en representaciones y creencias de los profesionales. Los principales artículos fueron la constitución de la VDM como cuestión del alcance de la salud, traducida en dificultades en la identificación del problema y el manejo en el encuentro asistencial, ausencia de capacitación, trabajo en equipo, red intersectorial, miedo y falta de tiempo. Los facilitadores se enfocaron en la introducción de la perspectiva de género y derechos humanos, vínculo y acogida, trabajo en equipo y multisectorial. A pesar de la potencialidad de la APS para trabajar con VDM, fueron raros los estudios que consideraron la perspectiva de la gestión y financiación, fundamental para la superación de los problemas señalados.(AU)
Systematic review of the literature addressing obstacles and facilitators for the care of women, in situations of domestic violence (DV) in primary health care (PHC) in Brazil. The bibliographic review found 1,048 references. The analysis encompassed 39 articles complying with the inclusion and exclusion criteria. The material was centered on representations and beliefs of practitioners. The main obstacles were related to: conceptualizing DV as a health issue, resulting into difficulties to identify the problem and managing care encounters; lack of training and teamwork; scarce intersectoral network, fear and lack of time. The facilitators were mainly: introducing a gender and human rights perspective, bonding and embracement, teamwork and multisectoral work. Despite the potential of PHC to address the issue, few studies considered perspectives of management and financing, considered as key to overcome the problems pointed out.(AU)
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Atención Primaria de Salud , Mujeres , Violencia Doméstica , Grupo de Atención al Paciente , Violencia contra la MujerRESUMEN
A violência contra a mulher ganhou espaço impulsionado, na agenda política, pelo movimento de mulheres com diversas políticas públicas voltadas para a assistência às mulheres. Analisam-se resultados de uma pesquisa no município de São Paulo, Brasil, com profissionais da rede de serviços intersetoriais especializados em relação às mudanças ocorridas com a Lei Maria da Penha. Os dados mostram que, apesar da ampliação dos serviços de assistência, defesa e proteção da mulher, há dificuldades para um trabalho integrado nas ações e na interação dos profissionais a fim de buscarem um projeto assistencial comum, fundamento considerado principal para atuação em rede. Conclui-se que a superação dessas dificuldades é um desafio no contexto político atual de sucateamento dos serviços e enfraquecimento das políticas públicas voltadas para os direitos das mulheres.(AU)
Violence against women has gained space in the political agenda, driven by the women's movement, with the making of public policies targeted at assistance for women. We analyze the results of a study carried out in the city of São Paulo, Brazil, with professionals from the specialized intersectoral services network, focusing on the changes that have occurred due to the Maria da Penha Law. Data show that, in spite of the expansion of the services that provide assistance, defense and protection for women, there are difficulties concerning integrated work in professionals' actions and interaction, which hinders the outline of a common assistance project - the most important principle for a networked action. The conclusion is that overcoming these difficulties is a challenge in the current political context of degeneration of the services and weakening of public policies targeted at women's rights.(AU)
La violencia contra la mujer ganó espacio impulsado, en la agenda política, por el movimiento de mujeres con diversas políticas públicas enfocadas en la asistencia a las mujeres. Se analizan resultados de una investigación en el municipio de São Paulo, Brasil, con profesionales de la red de servicios intersectoriales especializados en relación con los cambios habidos en función de la Ley Maria da Penha. Los datos muestran que, a pesar de la ampliación de los servicios de asistencia, defensa y protección de la mujer, hay dificultades para un trabajo integrado en las acciones y en la interacción de los profesionales para que busquen un proyecto asistencial común, fundamento considerado principal para la actuación en red. Se concluyó que la superación de estas dificultades constituye un desafío en el contexto político actual de desmantelamiento de los servicios y debilitación de las políticas públicas enfocadas en los derechos de las mujeres.(AU)
Asunto(s)
Atención Primaria de Salud/tendencias , Colaboración Intersectorial , Violencia contra la Mujer , Derechos de la Mujer/legislación & jurisprudencia , BrasilRESUMEN
The objective is to identify factors associated with women's satisfaction towards the care provided by the health professionals during hospital assisted delivery and identify how those factors influence their general levels of satisfaction. The cohort hospital based study was carried out in connection with the Birth in Brazil research. 15,688 women were included, interviewed at home, through the phone, from March 2011 to February 2012. All the variables that compose the professional/pregnant woman relationship (waiting time, respect, privacy, clarity of explanations, possibility of asking questions and participating in the decisions) and schooling remained independently associated with general satisfaction towards delivery care, in the adjusted model. The white women assisted in the southeastern and southern regions of the country, by the private sector and with a companion present gave a better evaluation of the care provided. Women value the way in which they are assisted by the health professionals, and there are inequalities in the way they are treated based on skin color, geographic region and financial situation.
Asunto(s)
Parto , Satisfacción Personal , Relaciones Profesional-Paciente , Calidad de la Atención de Salud , Adulto , Brasil , Estudios de Cohortes , Evaluación del Rendimiento de Empleados , Femenino , Encuestas Epidemiológicas , Humanos , Satisfacción del Paciente , Embarazo , Factores SocioeconómicosRESUMEN
O objetivo foi identificar fatores associados à avaliação das mulheres quanto à relação profissionais de saúde/parturiente e como esses fatores influenciam a satisfação com o atendimento ao parto. Estudo de coorte de base hospitalar, realizado com base na pesquisa Nascer no Brasil. Foram incluídas 15.688 mulheres entrevistadas no pós-parto, por telefone, de março de 2011 a fevereiro de 2013. Todas as variáveis componentes da relação profissional/parturiente (tempo de espera, respeito, privacidade, clareza nas explicações, possibilidade de fazer perguntas e participação nas decisões) e escolaridade mantiveram-se associadas de forma independente à satisfação geral com o atendimento ao parto, no modelo ajustado. As mulheres atendidas na Região Sudeste e na Sul, no setor privado e com acompanhante avaliaram melhor a relação com os profissionais de saúde, o oposto ocorreu com as pardas e que tiveram trabalho de parto. As mulheres valorizam a forma como são atendidas pelos profissionais e existem desigualdades de cor, região geográfica e fonte de pagamento do parto nessas relações.
El objetivo es identificar los factores asociados con la evaluación de las mujeres sobre la relación entre profesionales de salud y parturientas y cómo estos factores influyen en la satisfacción con la atención al parto. Se trata de un estudio de cohorte hospitalaria, realizado a partir de la investigación Nacer en Brasil. Fueron entrevistadas 15.688 mujeres en el puerperio, por teléfono, de marzo de 2011 a febrero de 2013. Todas las variables evaluadas sobre la relación entre el profesional de salud y parturienta (tiempo de espera, respeto, privacidad, explicaciones claras, posibilidad de hacer preguntas y participación en las decisiones), así como la escolaridad estuvieron asociadas de forma independiente con la satisfacción en la atención al parto, dentro del modelo ajustado. Las mujeres atendidas en las regiones sudeste y sur, en el sector privado y con acompañante, evaluaron mejor la relación con los profesionales de salud. Las mujeres valoran la forma en que son atendidas y se encontraron desigualdades relacionadas con el color, la región geográfica y la financiación de los servicios de atención al parto en estas relaciones.
The objective is to identify factors associated with women’s satisfaction towards the care provided by the health professionals during hospital assisted delivery and identify how those factors influence their general levels of satisfaction. The cohort hospital based study was carried out in connection with the Birth in Brazil research. 15,688 women were included, interviewed at home, through the phone, from March 2011 to February 2012. All the variables that compose the professional/pregnant woman relationship (waiting time, respect, privacy, clarity of explanations, possibility of asking questions and participating in the decisions) and schooling remained independently associated with general satisfaction towards delivery care, in the adjusted model. The white women assisted in the southeastern and southern regions of the country, by the private sector and with a companion present gave a better evaluation of the care provided. Women value the way in which they are assisted by the health professionals, and there are inequalities in the way they are treated based on skin color, geographic region and financial situation.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Embarazo , Adulto , Parto , Satisfacción Personal , Relaciones Profesional-Paciente , Calidad de la Atención de Salud , Brasil , Estudios de Cohortes , Evaluación del Rendimiento de Empleados , Encuestas Epidemiológicas , Satisfacción del Paciente , Factores SocioeconómicosRESUMEN
The current article discusses institutional violence in maternity hospitals from the health workers' perspective, based on data from a study in the city of São Paulo, Brazil. Eighteen health workers from the public and private sectors were interviewed, including obstetricians, nurses, and nurse technicians. A semi-structured interview was used with questions on professional experience and the definition of violence. The analysis revealed that these health workers acknowledged the existence of discriminatory and disrespectful practices against women during prenatal care, childbirth, and the postpartum. Examples of such practices cited by interviewees included the use of pejorative slang as a form of "humor", threats, reprimands, and negligence in the management of pain. Such practices are not generally viewed by health workers as violent, but rather as the exercise of professional authority in what is considered a "difficult" context. The institutional violence is thus trivialized, disguised as purportedly good practice (i.e., "for the patient's own good"), and rendered invisible in the daily routine of care provided by maternity services.
Asunto(s)
Parto Obstétrico/psicología , Maternidades , Relaciones Profesional-Paciente , Violencia/psicología , Adulto , Brasil , Femenino , Humanos , Entrevistas como Asunto , Masculino , Persona de Mediana Edad , Embarazo , Garantía de la Calidad de Atención de SaludRESUMEN
O presente artigo discute a violência institucional em maternidades sob a ótica de profissionais de saúde, com base nos dados de uma pesquisa sobre o tema na cidade de São Paulo, Brasil. Para tanto, foram entrevistados 18 profissionais de saúde atuantes nas redes pública e privada, dentre médicos obstetras, enfermeiras e técnicas em enfermagem. Foi utilizado um roteiro semiestruturado com questões sobre a experiência profissional e o conceito de violência. A análise revelou o reconhecimento desses profissionais de práticas discriminatórias e desrespeitosas no cotidiano da assistência a mulheres gestantes, parturientes e puérperas. São exemplos citados dessas práticas o uso de jargões pejorativos como forma de humor, ameaças, reprimendas e negligência no manejo da dor. Essas práticas não são geralmente percebidas pelos profissionais como violentas, mas sim como um exercício de autoridade em um contexto considerado "difícil". Tal contexto revela a banalização da violência institucional que travestida de boa prática, porque seria para o bem da paciente, acaba invisibilizada no cotidiano da assistência.
The current article discusses institutional violence in maternity hospitals from the health workers' perspective, based on data from a study in the city of São Paulo, Brazil. Eighteen health workers from the public and private sectors were interviewed, including obstetricians, nurses, and nurse technicians. A semi-structured interview was used with questions on professional experience and the definition of violence. The analysis revealed that these health workers acknowledged the existence of discriminatory and disrespectful practices against women during prenatal care, childbirth, and the postpartum. Examples of such practices cited by interviewees included the use of pejorative slang as a form of "humor", threats, reprimands, and negligence in the management of pain. Such practices are not generally viewed by health workers as violent, but rather as the exercise of professional authority in what is considered a "difficult" context. The institutional violence is thus trivialized, disguised as purportedly good practice (i.e., "for the patient's own good"), and rendered invisible in the daily routine of care provided by maternity services.
El presente artículo versa sobre la violencia institucional en maternidades, según la óptica de profesionales de salud, en base a los datos de una investigación sobre este tema en la ciudad de Sao Paulo, Brasil. Para ello, fueron entrevistados 18 profesionales de salud activos en la red pública y privada, entre los que se encontraban médicos obstetras, enfermeras y técnicos en enfermería. Se utilizó un cuestionario semiestructurado con ítems sobre la experiencia profesional y el concepto de violencia. El análisis reveló el reconocimiento -por parte de esos profesionales- de prácticas discriminatorias e irrespetuosas en el día a día de la asistencia a mujeres embarazadas, parturientas y puérperas. Se citan como ejemplos de esas prácticas el uso de apelativos peyorativos como una forma de humor, amenazas, reprimendas y negligencia en el manejo del dolor. Esas prácticas no son generalmente percibidas por los profesionales como violentas, sino como un ejercicio de autoridad en un contexto considerado "difícil". Este contexto revela la banalización de la violencia institucional que disfrazada de buena práctica, ya que se produce por el bien del paciente, acaba siendo invisibilizada en la cotidianidad de la asistencia.
Asunto(s)
Adulto , Femenino , Humanos , Masculino , Persona de Mediana Edad , Embarazo , Parto Obstétrico/psicología , Maternidades , Relaciones Profesional-Paciente , Violencia/psicología , Brasil , Entrevistas como Asunto , Garantía de la Calidad de Atención de SaludRESUMEN
Este artigo apresenta e discute os dados de uma pesquisa sobre violência institucional em maternidades públicas, realizada no município de São Paulo. Foram entrevistadas 21 puérperas, com roteiro semiestruturado contando com questões sobre experiências de parto e assistência recebida. Os dados revelaram que as entrevistadas relatam e reconhecem práticas discriminatórias e tratamento grosseiro no âmbito da assistência em maternidades públicas, reagindo com estratégias de resistência ou de acomodação. Essas experiências ocorrem com tal frequência que muitas parturientes já esperam sofrer algum tipo de maltrato, o que revela uma banalização da violência institucional.(AU)
This paper presents and discusses data from a survey on institutional violence in public maternity hospitals, conducted in the municipality of São Paulo, Brazil. Twenty-one puerperae were interviewed about their childbirth experiences and the care received, using a semi-structured format. The data showed that the interviewees reported and recognized discriminatory practices and ill-mannered treatment within the attendance at the public maternity hospitals. They reacted through strategies of resistance or accommodation. These experiences are so frequent that these women often come to expect to suffer some type of mistreatment, thus revealing a situation of trivialization of institutional violence.(AU)
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Embarazo , Embarazo , Violencia contra la Mujer , Salud Pública , Mala Conducta ProfesionalRESUMEN
Este artigo apresenta e discute os dados de uma pesquisa sobre violência institucional em maternidades públicas, realizada no município de São Paulo. Foram entrevistadas 21 puérperas, com roteiro semiestruturado contando com questões sobre experiências de parto e assistência recebida. Os dados revelaram que as entrevistadas relatam e reconhecem práticas discriminatórias e tratamento grosseiro no âmbito da assistência em maternidades públicas, reagindo com estratégias de resistência ou de acomodação. Essas experiências ocorrem com tal frequência que muitas parturientes já esperam sofrer algum tipo de maltrato, o que revela uma banalização da violência institucional.
This paper presents and discusses data from a survey on institutional violence in public maternity hospitals, conducted in the municipality of São Paulo, Brazil. Twenty-one puerperae were interviewed about their childbirth experiences and the care received, using a semi-structured format. The data showed that the interviewees reported and recognized discriminatory practices and ill-mannered treatment within the attendance at the public maternity hospitals. They reacted through strategies of resistance or accommodation. These experiences are so frequent that these women often come to expect to suffer some type of mistreatment, thus revealing a situation of trivialization of institutional violence.
Se presentan y discuten los datos de una investigación sobre violencia institucional en maternidades públicas realizada en el municipio de São Paulo, Brasil. Se entrevistaron 21 puérperas con guión semi-estructurado contando con cuestiones sobre experiencias de parto y asistencia recibida. Según los datos obtenidos, las entrevistadas relatan y reconocen prácticas descriminatorias y tratamiento grosero en el ámbito de la asistencia en maternidades públicas, reaccionando con estrategias de resistencia o de acomodación. Estas experiencias ocurren con tal frecuencia que muchas parturientas ya esperan sufrir algún tipo de maltrato, lo que revela una banalidad de la violencia institucional.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Adolescente , Adulto , Identidad de Género , Maternidades , Sistema Único de Salud , Violencia contra la Mujer , Calidad de la Atención de SaludRESUMEN
A violência institucional em maternidades é tema de estudo em diversos países. Pesquisas demonstram que além das dificuldades econômicas e estruturais, freqüentes nos serviços públicos, encontram-se, subjacentes aos maus tratos vividos pelas pacientes, aspectos sócio-culturais relacionados a uma prática discriminatória quanto a gênero, classe social e etnia. A hipótese deste trabalho é a de que a violência institucional em maternidades é, fundamentalmente, uma violência de gênero que, pautada por significados culturais estereotipados de desvalorização e submissão da mulher, a discrimina por sua condição de gênero e a toma como objeto das ações de outrem. Essa violência se expressa, de forma particular, no contexto da crise de confiança que a medicina tecnológica contemporânea engendra, com a fragilização dos vínculos e interações entre profissionais e paciente. O objetivo do estudo foi investigar como e porque a violência institucional acontece nas maternidades públicas no contexto brasileiro. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de corte qualitativo com 21 entrevistas semi-estruturadas com puérperas atendidas em maternidades públicas do município de São Paulo e 18 entrevistas com profissionais de saúde que atuam em diferentes maternidades, do mesmo município e adjacentes. A análise do material buscou relatos de violência institucional nos depoimentos e os valores e opiniões associados. Os dados revelaram que tanto as puérperas quanto os profissionais entrevistados reconhecem práticas discriminatórias e tratamento grosseiro no âmbito da assistência em maternidades públicas com tal frequência que se torna muitas vezes esperado pelas pacientes que sofram algum tipo de maltrato. Dificuldades estruturais, a formação pessoal e profissional, e a própria impunidade desses atos foram apontados como causas para a violência institucional. Os relatos também demonstraram uma banalização da violência...
Institutional violence in maternity facilities is the subject of study in several countries. Researches show that besides economic and structural difficulties, which are frequent in state-run facilities, there are, underlying the abuse experienced by patients, socio-cultural aspects related to a discriminatory practice towards gender, social class and ethnicity. The hypothesis of this work is that institutional violence in maternity facilities is essentially a gender-based violence which, guided by stereotypical cultural meanings of devaluation and subjugation of woman, discriminates her by her gender condition and takes her as object of others actions. This violence is expressed particularly in the context of the confidence crisis that contemporaneous medical technology engenders, with the weakening of bonds and interactions between professionals and patient. The objective of this study was to investigate how and why the institutional violence occurs in state-run maternity facilities in the Brazilian context. The work was carried out through qualitative research with 21 semi-structured interviews with birthing women treated at state-run maternity facilities in city of São Paulo and 18 interviews with health professionals working in different facilities in São Paulo and adjacent cities. The analysis of the material sought reports of institutional violence in the statements of the people interviewed and the values and opinions associated to them. The data showed that both birthing women and professionals interviewed acknowledge discriminatory practices and rude treatment in the state-run maternity facilities to such a degree that it is often expected by patients to suffer some kind of mistreatment. Structural difficulties, personal and professional education, and even the impunity of such acts were identified as causes of institutional violence. The reports also showed a trivialization of institutional violence through the use of moralistic and discriminatory...
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Adulto , Maternidades , Medicina , Poder Psicológico , Violencia contra la MujerRESUMEN
O artigo apresenta os resultados de uma pesquisa, realizada em 2003, que investigou, sob a ótica de gênero, as relações entre profissionais de saúde e suas pacientes HIV+ em torno do tratamento oferecido. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com dez mulheres HIV+ e sete profissionais de saúde a respeito dos temas: representações de gênero; representações sobre o adoecimento feminino por HIV/AIDS; estratégias de acomodação e resistência a valores e atitudes internalizados, utilizadas nas relações profissional/paciente. Os dados revelaram que os profissionais buscam adequar o tratamento à precariedade de recursos da instituição e das pacientes, buscando oferecer uma assistência o mais integral possível. Ainda permanece no imaginário coletivo deles a representação da mulher-mãe, percebida como vítima. Entre as pacientes, emerge a representação da "mulher-guerreira", reforçada pela ideologia de gênero que obscurece a sobrecarga resultante da dupla jornada de trabalho. Contrariando o mito da passividade, as pacientes assumem posturas ativas no tratamento, negociando com os profissionais suas necessidades e possibilidades. Apesar das limitações materiais e simbólicas, identificaram-se potenciais para transformações na assistência, rumo à conquista de Direitos Reprodutivos.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Atención a la Salud , Identidad de Género , Relaciones Profesional-Paciente , Síndrome de Inmunodeficiencia Adquirida/diagnóstico , Salud de la Mujer , Derechos Sexuales y ReproductivosRESUMEN
Esta pesquisa buscou compreender, sob a ótica das relações de gênero, a relação entre um serviço público de saúde no Estado do Rio de Janeiro e suas usuárias com HIV/Aids, em torno do tratamento a elas oferecido. O objetivo foi compreender como se estrutura esta relação, enfocando a utilização de estratégias, por ambas as partes. A abordagem metodológica adotada foi a qualitativa, fundamentada na análise hermenêutica-dialética. Os dados foram coletados através de entrevistas semi-estruturadas, realizadas com 10 mulheres HIV+ e 7 profissionais de saúde. As categorias de análise, para ambos os grupos pesquisados, centraram-se nas representações de gênero, nas representações sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) e nas representações sobre o serviço de saúde. A análise dos dados revelou que os profissionais utilizam várias estratégias na tentativa de adequarem a assistência à precariedade de recursos tanto da instituição quanto das pacientes. Embora as dificuldades encontradas sejam fonte de estresse e frustração para toda a equipe, prevalece a busca por uma assistência o mais integral possível para estas mulheres, possibilitando transformações nas suas práticas. Contudo, permanece no imaginário coletivo destes profissionais a tradicional figura da mulher/mãe/esposa, vista como vítima. Por outro lado, para as entrevistadas HIV+ prevalece a imagem de "guerreira", alimentada pela ideologia da mulher moderna, produtora na esfera pública e privada, encobrindo a dupla jornada de trabalho, como um dos efeitos da transição de gênero. Como pacientes, estas mulheres assumem posturas ativas no seu tratamento através de múltiplas estratégias, como a própria reprodução do discurso médico. Elas também se tornam agentes ativos nas suas relações com os profissionais, estabelecendo limites para a sua atuação e avaliando-os de acordo com critérios, como capacidade técnica e afetuosidade. Percebeu-se, portanto, que na interação entre profissionais e pacientes existe a possibilidade de transformações na prática assistencial, no sentido de uma integralidade, tal como preconizada pelo PAISM, desde que haja o investimento necessário por parte das políticas públicas de saúde.