RESUMEN
As infecções ocasionadas pelos vírus da Dengue (DENV), Zika (ZIKV) e Chikungunya (CHIKV) em gestantes são de grande preocupação pelos possíveis danos causados pelos mesmos às mães e fetos. O ZIKV está relacionado à microcefalia e outras anomalias cerebrais graves em neonatos e a infecção por CHIKV em gestantes no período intraparto pode levar à transmissão vertical, com possibilidade de agravamento no quadro do neonato. E, apesar de ainda não haver relatos de ocorrência de malformações congênitas associadas à infecção por DENV em gestantes, as mesmas são consideradas um grupo de risco, pois apresentam maiores chances de evolução para formas graves ou óbito e aumento no risco de partos prematuros decorrente da infecção materna perinatal. Neste estudo, foi realizada uma análise retrospectiva dos resultados envolvendo os vírus DENV, ZIKV e CHIKV para determinar a taxa de positividade destas arboviroses em gestantes no município de São José do Rio Preto-SP, nos anos de 2018 e 2019. Para isso, foram coletados resultados de PCR em tempo real (RT-PCR) para DENV, ZIKV e CHIKV de amostras de soro e urina obtidas de 557 gestantes com histórico de febre, bem como 93 amostras de recém-nascidos (RN). Na análise dos resultados foi verificado que o sorotipo-2 de Dengue (DENV-2) foi detectado em 106/557 correspondendo a 19% das amostras, o sorotipo-1 (DENV-1) foi detectado em apenas uma amostra e o ZIKV foi detectado em duas amostras. CHIKV não foi detectado. Não foi detectado arbovírus nas amostras de RN testadas pela técnica de RT-PCR. Quanto à idade, 40% das gestantes pertenciam à faixa etária de 25 a 32 anos, seguidas pelas faixas de 33 a 40 anos e 17 a 24 anos com percentuais de 31 e 29%, respectivamente. No período, uma gestante que estava na 13ª semana de gestação foi a óbito por DENV-2. Os resultados obtidos evidenciam a importância do diagnóstico precoce das arboviroses neste grupo, viabilizando a assistência adequada às gestantes. Nesse sentido, o monitoramento da circulação simultânea de arboviroses responsáveis por causarem complicações em gestantes e infecções congênitas deve continuar em áreas endêmicas como a de São José do Rio Preto, visando um diagnóstico materno precoce e manejo adequado de gestantes testadas positivas verificando a presença de sinais de alerta e de dengue grave.
Infections caused by Dengue (DENV), Zika (ZIKV) and Chikungunya (CHIKV) viruses in pregnant women represent great concern because of the possible damage that can be caused by these viruses to both mothers and fetuses. ZIKV is related to microcephaly and other severe brain abnormalities in neonates, while CHIKV infection in pregnant women in the intrapartum period can lead to vertical transmission, with the possibility of worsening in the neonate. And although there are no reports of congenital malformations associated with DENV infection in pregnant women, they are also considered of risk group, since they have greater probability to progress to severe forms or even death. In addition, there is an increased risk of premature childbirth. In this study, a retrospective result analysis involving DENV, ZIKV and CHIKV viruses was carried out to determine the positivity rate of those arboviruses in pregnant women in the city of São José do Rio Preto-SP, in the years 2018 and 2019. For this purpose, real-time PCR results (RT-PCR) were collected for DENV, ZIKV and CHIKV from serum and urine samples obtained from 557 pregnant women with a history of fever, as well as samples from 93 newborns (NB). Dengue serotype-2 (DENV-2) was detected in 106/557, which corresponds to 19% of the samples; dengue serotype-1 (DENV-1) was detected in only one sample, and the ZIKV was detected in two samples. CHIKV was not detected. Arboviruses were not detected in the NB samples tested by the RT-PCR technique. In relation to age groups, 40% of pregnant women were between 25 to 32 years old, followed by the groups of 33 to 40 years old, and 17 to 24 years old, with 31% and 29%, respectively. In the period, a pregnant woman who was in the 13th week of pregnancy died due to DENV-2. The results obtained emphasize the importance of the early diagnosis of arboviruses in this group, thus enabling adequate assistance to pregnant women. In this sense, the monitoring of arboviruses circulation responsible for causing complications and congenital infections in pregnant women should continue in endemic areas such as São José do Rio Preto, aiming at an early maternal diagnosis and adequate management of the patients who tested positive, checking for the presence of any alert signs and severe dengue.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Embarazo , Adulto , Infecciones por Arbovirus , Mujeres Embarazadas , Recién Nacido/crecimiento & desarrollo , Virus Chikungunya , Dengue/complicaciones , Diagnóstico Precoz , Virus Zika , Infección por el Virus Zika/complicaciones , Enfermedades Transmitidas por Vectores/virología , Microcefalia/virologíaRESUMEN
As doenças transmitidas por alimentos são de notificação compulsória imediata, apresentando taxas elevadas de morbidade e mortalidade no mundo. Dentre os agentes etiológicos, destaca-se o vírus da hepatite A, responsável por 28% das hepatites entre 1999 a 2017 no Brasil. Na literatura encontram-se poucas análises da ocorrência desse vírus e as principais fontes de contaminação. Desse modo o objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência do vírus da hepatite A em surtos alimentares no estado de São Paulo no período de 2000-2016, sua relação com o consumo de alimentos e água contaminados, a fim de que os resultados obtidos possam fortalecer e aprimorar as ações da vigilância epidemiológica, com a finalidade de ampliar as redes de cuidados desse agravo. Para isso, foi realizada uma revisão mediante a, portais eletrônicos, especialmente dados estatísticos do Centro de Vigilância Epidemiológica, artigos científicos, livros, manuais, e informes, utilizando as seguintes bases de dados: Scielo, PubMed, Google acadêmico, e Ministério da Saúde. Os resultados, segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica, revelaram a ocorrência de 394 surtos com diminuição a partir de 2009, podendo ser atribuída às melhores condições higiênico-sanitárias e ao processo de imunização. O município de maior ocorrência foi São Paulo, responsável por 47% dos episódios. A distribuição mensal das ocorrências variou de 14 a 50 episódios, sendo que o mês de agosto apresentou maior número de notificações, com 13% dos episódios e dezembro o menor, com 4%. A maior fonte de transmissão atribuída aos surtos foi a contaminação pessoa a pessoa, responsável por 31% dos episódios, seguida da água para o consumo humano (6%) e alimentos (2%), envolvendo principalmente creches (31%), seguido das residências (20%) e escolas (12%). A faixa etária mais frequentemente envolvida foi de 5 a 19 anos (32%), não sendo encontradas diferenças entre os sexos. Portanto, apesar da redução dos surtos de hepatite A, ainda é necessária a atenção permanente à segurança alimentar, destacando a importância do monitoramento e do fortalecimento da vigilância epidemiológica, a fim de aprimorar as ações para implantação de redes de cuidados e garantir a qualidade de vida.